sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011

Não sou grande fã de passagens de ano. Em primeiro lugar por não entender o motivo de tanta celebração, da grande algazarra e especialmente do bater das panelas. Talvez perceba o motivo, a terra gira em torno do sol e um ano representa mais uma volta. Só não percebo o tanto alarido e o porquê de praticamente toda a gente parecer gostar. Se calhar é porque ser mais um motivo para celebrar, para beber e para ver o fogo de artificio.
Em segundo lugar, embora acredite que é apenas mais um dia, acabo sempre por remoer na história do abrir  e do fechar de mais um ciclo, como aquele nervoso miudinho antes de algo novo e desconhecido. Fico de uma maneira semelhante, mas talvez na sua forma mais nostálgica e melancólica, quando faço anos. O ser humano é assim. Óptimo 2011 e que seja surpreendente.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

No próximo ano espero


Dar unha à corda e corda à composição

mas também é o que digo sempre...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sem Título #24



Sou vegetariano há um ano, orgulhosamente.

a máquina de roubar a metafísica a um homem


Your head will collapse and there's nothing in it and you'll ask yourself: Where is my mind?



a melhor cover que já ouvi dos Pixies por noiserv
a imagem é do Da Vinci

domingo, 26 de dezembro de 2010

Duendes


Não tenho grande paciência para uma grande parte do Natal, principalmente aquela parte consumista. Chega a irritar-me o natal e toda a sua azafama das compras. Não é que não goste de dar e receber presentes, é bom ver a surpresa na cara dos entes queridos e é bom sermos surpreendidos, só que isto já está a chegar para além da surpresa e para além da família, ou da necessidade, ou das crianças, ou dos enfeites, ou das luzes e mesmo das bolas. É isso que digo, bolas e mais bolas, grandes bolas, já nem as bolas são iguais às de antigamente. Lembro-me de ser criança e gostar de ver os locais transformados em Natal. Era maravilhoso, cada ano mais que o anterior. Talvez naquela altura também houvesse consumismo, mas eu não me ralava. Lembro-me de ir aos centros comerciais e haver duendes e renas e coisas que mexiam que se fartavam, cada ano se fartavam mais que o anterior. Era disso que eu gostava, não queria cá sentar-me no colo do falso velhinho que já sabia ser um mito, queria coisas animadas, que mexessem, queria ver os Reis Magos, queria surpreender-me. Gostava especialmente dos duendes. Hoje já não vejo duendes em lado nenhum, nem a tomar conta de jardins, quanto mais no natal. Gostava de ver o sozinho em casa, gostava da parte em que ele entrava na loja enfeitada, cheia de brinquedos a mexer, lembro-me de pensar que para o ano podia ser assim.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sem Título #23

Migalhas também são pão

domingo, 19 de dezembro de 2010

afectuosamente 1/12/2010


No dia da restauração da independência levei a Memória de Elefante a passear, um passeio que a iria aumentar, torná-la, quem sabe, única, um passei que iria garantir-lhe mais palavras. Fomos, os dois, ver a pessoa que escreveu essas memórias, o António Lobo Antunes.
A sessão de autógrafos era no El Corte Inglés, por volta das 18. Dirigimo-nos para a secção dos livros e já se compunha uma longa fila, com cerca de uma hora de comprimento, mais atraso menos atraso. A fila falava por ela mesma, tinha várias vozes, opiniões e discursos...eu apenas ouvia o que podia. A maioria das conversas centrava-se nos livros do escritor português, na sua vida e só depois a outros escritores e livros. Lembro-me de ter ouvido Agora que Saramago morreu as pessoas já se lembram do António Lobo Antunes. Não sei se um sentimento de revolta ou a constatação de um facto, mas a verdade é que estas palavras soaram mais alto, como quando dizemos algo embaraçoso e toda a gente se cala súbita e propositadamente.
Mais à frente, já o Lobo uivava tinta nas primeiras páginas de cada livro, ouvi É daquela cabeça que vêm todos os pensamentos e todas as palavras que preenchem todos os livros, é incrível olhar para uma pessoa e pensar que tudo saiu dali, toda aquela imaginação! E eu que nunca suspeitaria de tal coisa, vejo os escritores como mensageiros, como a pessoa que segura a caneta e deixa que as palavras se escrevam, que as personagens nasçam e vivam, como a pessoa que cita os pensamentos mais confusos...Sempre pensei que um livro se deixa escrever, como a nossa vida se deixa viver. Deve ter sido por isso que não me senti emocionado ao ver o António Lobo Antunes escrever em algo meu e também seu, mas agora, depois da digestão, abrir as páginas do nosso livro e ver que as palavras se escreveram para mim é algo de especial.
Na minha vez não houve grande conversa, ele não comentou que o meu nome era semelhante ao de um familiar ou amigo nem me convidou para almoçar e mostrar algumas coisas que tinha escrito (como com o individuo que estava à minha frente). Permaneci calado, apenas lhe disse o meu nome para que a caneta o pudesse escrever, agradeci e apertei-lhe a mão nervoso, mesmo sabendo que não me iria desiludir com um aperto de mão solto, afinal de contas é preciso apertar bem a caneta para esta escrever coisas tão belas.





sábado, 11 de dezembro de 2010

Cancún

Confesso que tenho tido uma semana ocupada e que não tenho estado muito atento à tv mas, mesmo sem essa atenção, houve sempre alguém cá em casa a ver o telejornal e as notícias estiveram sempre como música de fundo....Confesso também que acho muito estranho que não tenha ouvido falar uma ÚNICA vez da Conferência de Cancún para as alterações climáticas no bloco informativo que costumo ver e que é da televisão do estado. Nem sequer vou entrar na conversa ambientaleira e  da treta do costume de que o ambiente é sempre deixado de lado, a verdade é que é mesmo e se não o fosse não seria necessário haver este tipo de conferências. O motivo deste post é mesmo o facto de achar estranho não ter visto qualquer informação sobre a COP16, especialmente quando o ano passado chegaram a haver directos de Copenhaga na RTP a partir de uma webcam com o  Francisco Ferreira, o senhor da Quercus (que é meu professor e por estar no México não deu aulas toda a semana). Esta ONG possui também um programa na RTP, o minuto verde. É estranho ou não é?
Mesmo com estes "elos" que ligam uma Organização Ambiental a um canal televisivo não houve qualquer referência a um acordo que pode fazer a diferença, fará se esses elos não existissem. É triste, mas o que vale é que abrindo a página online do público há logo LETRAS GRANDES sobre este tema, que devia ser ainda maior, nem que seja pelo valor económico envolvido.