Um mês depois de ter entregue a tese chegaram as revisões a fazer. Um mês depois, um mês que serviu para descansar e sobretudo para perder o frenético movimento dos dedos no teclado e a conta do compasso que me ritmava o trabalho. A ansiedade que aumentava com a chegada do dia da entrega está agora convertida em pouca vontade de passar o tempo em frente a um ecrã de computador e a dactilografar mais palavras, frases e parágrafos. Os olhos pesam e é a audição que os ajuda a suportar, e bem vale este poderoso ep homónimo e de estreia das gazelas. Tem o meu selo de qualidade.
terça-feira, 30 de abril de 2013
domingo, 28 de abril de 2013
sexta-feira, 26 de abril de 2013
quarta-feira, 24 de abril de 2013
as pessoas e pinturas de alexa mead
Aquela sensação de quando ficas a saber que esta imagem é uma fotografia de uma pessoa pintada, e não uma tela.
É uma técnica, penso que, inventada por Alexa Mead, a de pintar pessoas e objectos como se se tratasse de pintura em tela. Confirmem e vejam mais aqui e aqui.
Tema:
coisas interessantes,
Fotografia,
Ideias
terça-feira, 23 de abril de 2013
coisas da fonética
Já que estamos numa partilha de coisas escritas em jornais, partilho aqui uma outra coisa de um blog do new york times: just say nao. Na verdade trata-se também da partilha de uma outra noticia sobre a austeridade no nosso portugal. Mas o que me captou foi a forma como o tipo explica o som do til. Sim, é uma coisa bem trivial, mas acho nunca que ter pensado nela.
yes, I know about the tilda, but could not persuade the software to show it. The tilda, I’ve always said, means that there’s an “n” at the end that isn’t written but which you don’t pronounce — if you’ve ever heard Portuguese, you’ll understand what I mean.
Paul Krugman, em Just say nao
Tema:
coisas interessantes,
Política
segunda-feira, 22 de abril de 2013
o importante é que a vida, para além de puta, seja também linda
Apesar de tudo, a vida tem sido mais linda que puta?Sim, sendo puta é também linda. É ainda mais puta por ser linda [risos]. É difícil perceber as coisas.MEC, em entrevista para o i.
Vale bem a pena ler a entrevista toda, fiquei com vontade de o ler, para além das crónicas do público.
Tema:
coisas interessantes
domingo, 21 de abril de 2013
sábado, 20 de abril de 2013
as onze capas de discos feitas por Storm Thorgerson
e que não são dos pink floyd.
Technical Ecstasy, dos Black Sabbath (1976)
sexta-feira, 19 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
as histórias para crianças
E se as histórias para crianças fossem de leitura obrigatória para os adultos?
Seríamos realmente capazes de aprender aquilo que há tanto tempo ensinamos?
José Saramago
Tema:
Livros
terça-feira, 16 de abril de 2013
a evolução do léxico e o léxico renitente
Em consequência do post de há uns dias atrás, a função da palavra, surgiu-me mentalmente outra hipótese. Se, em tempos primitivos, o palavreado não chegava para o que se queria dizer, agora algumas palavras talvez estejam condenadas ao desuso. Não tenho uma ideia precisa de como evoluiu o conjunto de palavras que é a língua portuguesa, tal deve ser objecto de um ramo da história, mas a verdade é que os mais antigos usavam um conjunto de palavras mais elegantes no seu vocabulário diário. Palavras que hoje não se falam nem se escrevem, mas existem. Não é que actualmente não se acrescentem palavras às novas edições do dicionário universal da língua portuguesa, mas só me vêm à memória estrangeirismos e o calão, como quando acrescentaram o bué e o fixe. E estes livros, não passarão a ser também registos ou arquivos das palavras da nossa língua?
Abri aleatoriamente o dicionário, é escolar e por isso não serve o propósito deste exercício na perfeição, e encontrei poucas palavras que desconheço - réprobo, repelão, repimpar, repontar, reposteiro - mas muitas que não ouço diariamente. Com uma certa vontade renitente, vou aprender e usar uma palavra nova a cada dia. Hoje foi renitente, adjectivo para teimoso e para algo que resiste.
Tema:
Devaneios
segunda-feira, 15 de abril de 2013
a ironia na preferência pelos políticos comentadores
Não sou socratista, anti-socratista, cavaquista, nem passista, ou de qualquer outro neologismo associado à política. Este post destina-se essencialmente à partilha da ironia no actual resultado do seguinte inquérito do jornal público (ver aqui para mais detalhe).
Tema:
Política
domingo, 14 de abril de 2013
sábado, 13 de abril de 2013
a função da palavra
Existem coisas que nunca se poderão explicar por palavras, pensou Beltriano, numa conversa mental que mantinha consigo próprio. Já estivemos mais longe disso, retorquiu ainda para si, a língua e as palavras foram inventadas pelo homem exactamente para designar e explicar, e não terá sido trabalho fácil, o de acordar um nome para uma determinada coisa.
Tema:
Devaneios
sexta-feira, 12 de abril de 2013
a fundação josé saramago
Há algum tempo que tencionava visitar a fundação josé saramago, na casa dos bicos. É uma bonita e completa exposição, sobretudo com um colectivo de funcionários simpáticos e atenciosos, que trabalham para um bom funcionamento da fundação e para o público visitante, coisa que não se vê vulgarmente neste tipo de museus. Posso até partilhar que, por ter chegado a uma hora do fecho, fui inquisitorialmente questionado pela frase conseguiu ver tudo? de certeza? e, como a resposta foi pouco convicta, fui convidado a regressar no dia seguinte, sem custos extra - algo que me pareceu acontecer com frequência, mesmo quando o preço é nada elevado. É, portanto, com ainda maior tristeza com que olho para o vandalismo a que a casa foi sujeita recentemente.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
pensamentos sobre a morte
há uma maturidade muito grande na morte, pensava maria da graça. uma sabedoria qualquer que nos acode. sentiu-se muito calma tão rente à felicidade e compreendeu que era só o que queria. nem lhe importava absolutamente que existisse deus e ele a julgasse também para uma vida além corpo. era só importante que pusesse um fim ao quotidiano cansativo que vivia e a morte estava diante de si como um passo apenas em determinada direcção. depois disto, pensa também, não estarei em lugar nenhum. e até o querer que exista o maldito, em alguma nuvem à minha espera, vai deixar de fazer sentido no momento em que eu própria desaparecer de todo e não puder pensar nisso nem no contrário.
valter hugo mãe, em o apocalipse dos trabalhadores
é para mim difícil pensar em deixar de existir. não acredito, ou tendo a não acreditar, em algo superior a nós próprios, isso é pouco importante para praticar a vida da forma como a pratico. no entanto é assustador assumir que, para o que quer que se suceda, seja irrelevante o pensamento de agora, porque tudo o que resta é nada. embora isso possa devolver igualmente uma certa tranquilidade.
terça-feira, 9 de abril de 2013
os vários finais de um livro
Li uma versão especial de a máquina de joseph walser, numa edição conjunta com um homem: klaus klump, onde ambos os livros foram aumentados e tiveram, assim, um final diferente. Não conhecia o fim original de nenhum dos dois e o primeiro estava em destaque na fnac. Li-o e achei-o mais provocante, ainda que a sua continuação fosse um pouco mais tranquilizante, embora enigmática. Todo este processo foi como saber o que acontecera depois de algo ter já terminado.
Talvez em consequência, dei por mim a encontrar um primeiro final para o livro que actualmente estou a ler, o apocalipse dos trabalhadores, na página 159. É um exercício interessante, o de encontrar um primeiro final, um momento no qual uma história podia cessar de se desenhar aos olhos do leitor. Não sei o que se passará nas páginas seguintes, mas encontrei ali um momento de tranquilidade com o qual ficaria satisfeito se fossem as últimas palavras que viria a ler sobre a quitéria e a maria da graça.
Talvez em consequência, dei por mim a encontrar um primeiro final para o livro que actualmente estou a ler, o apocalipse dos trabalhadores, na página 159. É um exercício interessante, o de encontrar um primeiro final, um momento no qual uma história podia cessar de se desenhar aos olhos do leitor. Não sei o que se passará nas páginas seguintes, mas encontrei ali um momento de tranquilidade com o qual ficaria satisfeito se fossem as últimas palavras que viria a ler sobre a quitéria e a maria da graça.
domingo, 7 de abril de 2013
sexta-feira, 5 de abril de 2013
um poema que me ajude a aliviar o crescimento
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Drummond de Andrade, in Verbo Ser
quarta-feira, 3 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
palavras sobre um portugal que já lá vai, mas que ainda é
sabes, são lindos todos os países com um povo delicado, e em portugal, amor, fizeram uma revolução com flores. tens a certeza. absoluta. puseram flores nas armas e conquistaram a liberdade. a ekaterina fechou os olhos por uns instantes, e mesmo tão rente à loucura do sasha acreditou num portugal justo, onde o seu filho estaria bem, fazendo amigos, trabalhando para um futuro belo, tão belo o filho, tão sofrido, tão bom rapaz. como sabes disso, sasha. aprendi. sasha, fazes-me muito feliz. obrigado por me fazeres feliz.
valter hugo mãe, em o apocalipse dos trabalhadores
segunda-feira, 1 de abril de 2013
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