segunda-feira, 23 de setembro de 2013

sobre a privacidade na nova era

Tendo nascido na transição da mentalidade "analógica" para a digital, estou habituado a este choque de mundividências. Em especial quanto à "privacidade", conceito que muita gente considera antiquado, fora de moda, tenebroso até. Estamos no século da transparência, e o senhor Zuckerberg, guru com mais de mil milhões de devotos, defende que a sociedade ideal é aquela em que todos sabemos tudo sobre todos. Eu sou daqueles que acham isso uma boa definição de totalitarismo.
(...)
A ideologia transparente suspeita de qualquer ocultação, e a privacidade depende de uma ocultação. Por isso o "segredo", gravissimo ou banal, deve ser desvendado e divulgado. Estamos em territótio orwelliano: tudo é público, tudo tem interesse público, e a vergonha, o embaraço, o pudor ou a reserva são hábitos obsoletos, dos quais todos devem abdicar. Neste novíssimo Big Brother, ser constantemente observado é aceitável e benéfico, enquanto ser ignorado é uma tragédia.

Pedro Mexia, na sua crónica na Atual, do espresso

É isso, ainda que ache que o melhor termo não seja transparência, mas sim, esta acaba no que é privado. 


2 comentários:

M* disse...

Como é interessante ver a sociedade a mudar ao longo do tempo. E como é interessante ver que em algumas coisas ela não muda em nada.

efemota disse...

mesmo, tanta coisa em que devíamos ser globalmente mais avançados...