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sábado, 12 de abril de 2014

para os malandros que nos governam

Eu gostava de dizer ao actual Presidente da República, aqui representado hoje, que este país não é seu, nem do Governo do seu partido. É do arquitecto Álvaro Siza, do cientista Sobrinho Simões, do ensaísta Eugénio Lisboa, de todas as vozes que me foram chegando, ao longo destes anos no Brasil, dando conta do pesadelo que o Governo de Portugal se tornou: Siza dizendo que há a sensação de viver de novo em ditadura, Sobrinho Simões dizendo que este Governo rebentou com tudo o que fora construído na investigação, Eugénio Lisboa, aos 82 anos, falando da “total anestesia das antenas sociais ou simplesmente humanas, que caracterizam aqueles grandes políticos e estadistas que a História não confina a míseras notas de pé de página”.
(...)
Este país é de todos esses, os que partem porque querem, os que partem porque aqui se sentem a morrer, e levam um país melhor com eles, forte, bonito, inventivo. Conheci-os, estão lá no Rio de Janeiro, a fazerem mais pela imagem de Portugal, mais pela relação Portugal-Brasil do que qualquer discurso oco dos políticos que neste momento nos governam. Contra o cliché do português, o português do inho e do ito, o Portugal do apoucamento. Estão lá, revirando a história do avesso, contra todo o mal que ela deixou, desde a colonização, da escravatura.

Alexandra Lucas Coelho, no seu discurso de recepção do prémio APE

O discurso integral pode ser lido aqui.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

mais do quotidiano dinamarquês de bicicleta

É assim que a embaixadora da Dinamarca na Áustria , Liselotte Plesner, chega às reuniões.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

dostoiévski, sobre o discurso dos políticos

Deixam-nos, porém, tagarelar. Todos os problemas estatais, e o parisiense emociona-se com delícia. Sabe que haverá eloquência, está feliz. É claro que sabe muito bem que não haverá mais do que eloquência, que haverá tão-só palavras, palavras e mais palavras, e que de palavras não resultará absolutamente nada. Mas isso também o faz muito feliz. (...) E o representante está sempre disposto a fazer discursos para divertir o público. Coisa estranha: ele próprio tem a certeza absoluta de que dos seus discursos nada resultará, que tudo é uma brincadeira, jogo e mais nada, um jogo inocente, um carnaval;

Dostoiévski, apontamentos de inverno sobre impressões de verão

Cá a eloquência veio com a troika.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

privatizem tudo e não deixem nada

A espanha parece estar bem pior que nós, agora quem quiser levar com tomates tem de pagar 10€. Espero que a moda não pegue, caso contrário lá se vai o carnaval e quem celebrar o halloween tem de pagar taxa especial, que não é celebração de português. E o que não faltam são promotores a querer ganhar uns cobres fáceis e engenhosos da charlatanice a quererem vender o que sempre foi nosso (note-se as sementes). É melhor termos cautela na jogada, até já ouço o José Afonso com os vampiros.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

sobre o espectro parlamentar

Não deixa de ser engraçada a forma como surgiu a esquerda, a direita e o centro políticos: da posição do parlamento francês no antigo regime, século dezoito. Os tipos sentaram-se de forma aleatória entre partidos e assim nasceu o rótulo, e quem sofre são os da esquerda, os lefties, os esquerdistas, os canhotos políticos, os zeros à esquerda. 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

sobre indelicadezas

Mas quem é que queria fazer parte do governo numa altura destas? Eu não, muito menos obrigado. Mas não aceitar uma proposta daquelas, especialmente vinda de um senhor que finalmente coube na posição que ocupa (leia-se ganhou cojones), é cousa indelicada, como ser mal educado para um tio que vemos uma vez a cada três anos e nos faz ficar mal vistos no seio familiar, mas pior, que o seio familiar neste caso são os portugueses e há eleições em 2014.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

diz que vai mas volta

Será que a birra do Portas servia apenas para subir umas escadas? E estará a ambição pela pasta da economia relacionada as palavras do Gomes Ferreira neste vídeo? Apenas especulando e somando, mas nós é que devíamos apresentar a carta de demissão a esta novela mexicana toda.


 imagem do grande esgar acelerado

quarta-feira, 19 de junho de 2013

o nosso não não é um não

E se quisermos dizer não, até onde vai a nossa vontade? Se essa vontade for colectiva, for a vontade de uma maioria e essa maioria quiser dizer não, até que ponto esse grande não é ouvido? Qual é função da população na democracia? Colocar uns papeis com umas cruzes dentro de umas caixas de quatro em quatro anos para eleger umas cabeças que nos representem, será só isso? E se assim, o que é uma vontade colectiva passe a ser uma memória colectiva, como as tradições que, anos mais tarde, se afundam?


terça-feira, 18 de junho de 2013

memórias do fmi na argentina

Enquanto a Argentina vivia sob a ditadura militar nos anos 70, o FMI e o Banco Mundial providenciaram empréstimos e, em troca, exigiram que as indústrias argentinas fossem abertas a investidores estrangeiros e que as indústrias nacionais fossem privatizadas. Passado pouco tempo, o país tinha contraído uma dívida pesadíssima (o que é bastante  típico sempre o Banco Mundial se envolve em algum sítio) e o desemprego crescera. 

David Byrne, em Diários da Bicicleta
É familiar? Era bem pertinente estudar todos resgates, este está no documentário The Take.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

não é apenas o krugman que nos canta o just say nao

Ao que parece não sou o único que ando atento às palavras do krugman. Eis os quais com a música do just say nao, para a fabulosa música portuguesa a gostar dela própria:



sexta-feira, 31 de maio de 2013

um diálogo interessante

Posso fazer-lhe também uma pergunta, Ora essa, senhor presidente, à vontade, Votou em branco, Anda a fazer um inquérito, Não, é só uma curiosidade, mas se não quiser não responda. O homem hesitou um segundo, depois, sério, respondeu, Sim senhor, votei em branco, que eu saiba não é proibido, Proibido não é, mas veja o resultado. O homem parecia ter-se esquecido do amigo imaginário, Senhor presidente, eu, pessoalmente não tenho nada contra si, sou até capaz de reconhecer que tem feito um bom trabalho na câmara municipal, mas a culpa disso a que está a chamar resultado não é minha, votei como me apeteceu, dentro da lei, agora vocês que se amanhem, se acham que a batata escalda, soprem-lhe, Não se altere, eu só pretendi avisá-lo. Ainda estou para saber de quê, Mesmo querendo não saberia explicar, Então tenho aqui a perder o meu tempo, Desculpe-me, tem o seu amigo à espera, Não tenho nenhum amigo à espera, só queria ir-me embora, Então agradeço que tenha ficado um pouco mais, Senhor presidente, Diga, diga, não faça cerimónia, Se algo sou capaz de entender do que se passa na cabeça de um homem, o que o senhor tem aí é um remorso de consciência, Remorso pelo que não fiz, Há quem afirme que esse é o pior de todos, o remorso de termos permitido que se fizesse, (...)

José Saramago, em Ensaio sobre a Lucidez

segunda-feira, 27 de maio de 2013

palavras sobre portugal vindas de fora da europa

Mais uma vez Paul Krugman comenta a actualidade portuguesa no seu blog no site do new york times, contanto também, num segundo post, as suas memórias passadas no nosso país. É curioso ouvir, na semana passada penso, comentários positivos às politicas económicas portuguesas vindos da europa e, fora dela, ouvir-se o contrário. Penso que é de ter em consideração este economista, nem que seja por ele ser nobel da economia e por ter passado pelo banco de portugal no período pós-revolução. Destaco ainda esta passagem por ser colectiva, ao invés de apenas direccionada ao nosso país.

I sometimes encounter Europeans who think my harsh criticism of the troika and its policies means that I’m anti-European. On the contrary: the European project, the construction of peace, democracy, and prosperity through union, is one of the best things that ever happened to humanity. And that’s why the misguided policies that are tearing Europe apart are such a tragedy.

Paul Krugman, in Portugal memories (trivial and personal)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

sobre a utopia da maioria do voto em branco

Ainda nem vou na centésima página do Ensaio sobre a Lucidez, ler dois saramagos seguidos não é coisa leve, mas já vou pondo em paralelo o que está a acontecer no livro com o que se passa na realidade em portugal. Pensar numa maioria votante em branco cá é, sem qualquer sombra de dúvidas, utópico, até numa maioria de esquerda é. 
É um exercicio engraçado pensar nesta possibilidade e no que sucederia, talvez não chegasse a um cenário tão extremo como o do romance, mas a verdade é que em portugal, pelo que pesquisei, os votos em branco não contam, e se houvesse uma maioria dos votos em branco ganharia o candidato com o maior número de votos expressos. É justo? Não creio. E se, utopicamente ao quadrado, 90% dos votos fossem em branco, e o candidato com maior número de votos tivesse apenas 5%? Ganharia à mesma? E qual o sabor desta vitória?

terça-feira, 23 de abril de 2013

coisas da fonética

Já que estamos numa partilha de coisas escritas em jornais, partilho aqui uma outra coisa de um blog do new york times: just say nao. Na verdade trata-se também da partilha de uma outra noticia sobre a austeridade no nosso portugal. Mas o que me captou foi a forma como o tipo explica o som do til. Sim, é uma coisa bem trivial, mas acho nunca que ter pensado nela.

yes, I know about the tilda, but could not persuade the software to show it. The tilda, I’ve always said, means that there’s an “n” at the end that isn’t written but which you don’t pronounce — if you’ve ever heard Portuguese, you’ll understand what I mean.

Paul Krugman, em Just say nao


segunda-feira, 15 de abril de 2013

a ironia na preferência pelos políticos comentadores

Não sou socratistaanti-socratista, cavaquista, nem passista, ou de qualquer outro neologismo associado à política. Este post destina-se essencialmente à partilha da ironia no actual resultado do seguinte inquérito do jornal público (ver aqui para mais detalhe)


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

sobre o dinheiro

Mas a família Leo Vast resistiu confortavelmente às mudanças. Era como se as mudanças políticas afectassem a base da sociedade, mas nunca chegassem aos andares mais altos. O dinheiro é democrático, se necessário, e ditatorial, se necessário. É a matéria flexível por excelência. Obedece às leis que ele próprio impõe: eis o dinheiro.

Gonçalo M. Tavares, in Um Homem: Klaus Klump

Será necessário acrescentar mais alguma coisa?

sábado, 1 de dezembro de 2012

cavaco silva, sobre o seu silêncio

Todos sabem que o silêncio do Presidente é de ouro, hoje a cotação do ouro foi de 1730 dólares por onça, uma onça são 31 gramas, mais 1.7% do que a cotação do ouro naquele dia (...) em que a generalidade dos portugueses ficou a saber o significado da conjugação de três letras do alfabeto português: "t, s, u"

Cavaco Silva, ironizando sobre o seu silêncio (expresso)

Onde fazemos a troca? é muito silêncio.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

o triste caso do vale do tua

Quando nada mais tenho a fazer com a internet, tenho sempre duas ocupações: passear pelo google earth e procurar fotografias antigas de alguns locais.

Agora pergunto-me qual será a reacção das pessoas do futuro que partilhem desta minha ocupação se a barragem de Foz Tua de facto avançar. Como será descobrir uma linha ferroviária magnifica que acompanha um rio num estado natural único, num vale dos mais ilustres que temos em portugal? Basta ir ao google earth para ver a sua magnitude, mas ao vivo é outra história. Já naveguei no rio. Já percorri a linha, agora abandonada. E é por isso que choro pelo vale do tua, que luto por ele, e é por isso que tenho a certeza de que este é um caso de crime, porque não há nenhum valor que se possa sobrepor ao valor de um local com património natural, histórico e cultural, muito menos uma barragem que nada serve para o "progresso" energético português.

Este assunto ainda vai dar muito que falar, se quiserem saber mais há aqui muita coisa.

domingo, 5 de junho de 2011


Estou bastante curioso com a percentagem de abstenção destas eleições. Está um dia óptimo de praia e a verdade é que também podia estar um dia chuvoso para ficar em casa. Qualquer dia o voto passa de um direito a um dever. O que é que isso faria de nós?

imagem: daqui

segunda-feira, 25 de abril de 2011

comparar liberdades

Temos aqui alguns indicadores que nos mostram como evoluímos desde antes do 25 de Abril até agora. Claro que estas coisas são sempre um pouco relativas e possivelmente faltam aqui muitos outros e melhores indicadores (talvez relacionados com a economia) ou mesmo algum ano de referência intermédio. Tirem as vossas conclusões.


De qualquer das maneiras, o dia de hoje é talvez o mais importante da história Portuguesa...por isso...bom 25 de Abril.

fonte: RTP