há uma maturidade muito grande na morte, pensava maria da graça. uma sabedoria qualquer que nos acode. sentiu-se muito calma tão rente à felicidade e compreendeu que era só o que queria. nem lhe importava absolutamente que existisse deus e ele a julgasse também para uma vida além corpo. era só importante que pusesse um fim ao quotidiano cansativo que vivia e a morte estava diante de si como um passo apenas em determinada direcção. depois disto, pensa também, não estarei em lugar nenhum. e até o querer que exista o maldito, em alguma nuvem à minha espera, vai deixar de fazer sentido no momento em que eu própria desaparecer de todo e não puder pensar nisso nem no contrário.
valter hugo mãe, em o apocalipse dos trabalhadores
é para mim difícil pensar em deixar de existir. não acredito, ou tendo a não acreditar, em algo superior a nós próprios, isso é pouco importante para praticar a vida da forma como a pratico. no entanto é assustador assumir que, para o que quer que se suceda, seja irrelevante o pensamento de agora, porque tudo o que resta é nada. embora isso possa devolver igualmente uma certa tranquilidade.
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