sexta-feira, 28 de junho de 2013

da bicicleta de david byrne, parte três

A questão é que, durante o século vinte, o automóvel foi subsidiado a uma escala gigantesca. As estradas todas bem pavimentadas que vão até às terrinhas mais pequeninas e às regiões obscuras dos Estados Unidos não foram construídas nem são mantidas pela GM e a Ford - nem sequer pela Mobil e a Esso. Essas empresas colheram benefícios enormes graças a esse sistema. Deixou-se que as linhas ferroviárias para as cidadezinhas definhassem e morressem e, para a maior das mercadorias o transporte por camião tornou-se a forma mais barata, e por vezes única, de fazer deslocar os produtos de um lado para o outro.

David Byrne, em Diários da Bicicleta
Quase parece uma descrição do que aconteceu por cá, dos largos km de autoestrada que se construíram e das linhas ferroviárias que se continuam a abandonar (claro que falo mais uma vez da linha do tua, mas existem outras centenárias pelo país), e também do nosso adorado lobby do betão. Curiosamente, neste livro, encontrei mais parecenças entre portugal e as cidades dos estados unidos do que propriamente com cidades europeias.

3 comentários:

Anónimo disse...

De um lado estás tu a colocar aqui excertos interessantes. Do outro, está um amigo meu que abandonou o livro desiludido. Se um dia tiveres paciência, podes falar do livro? O título remete-me para um livro focado no uso da bicicleta no dia-a-dia, mas o meu amigo meu diz que o livro fala de tudo menos de bicicletas, quase. Do que é que o livro trata afinal? Ajuda aqui a criança, efemota. Agradecida!

efemota disse...

Confesso que esperava mais coisas coisas sobre bicicleta sim. Nas primeiras cidades ele fala das cidades e da bicicleta, e nos últimos capítulos também, mas os restantes ele acaba por perder-se em histórias e opiniões, como se fosse um blogue. A bicicleta acaba por ser apenas um fio condutor que liga tudo e não um tema central, mas acho que se não fossem essas histórias que ele conta e comparasse apenas as cidades, o livro não tinha tanta piada, era bem mais pequeno e talvez fosse maçador. Eu gostei, achei interessante e ainda aprendi umas coisas! Por isso, se quiseres ler, acho que devias :)

Anónimo disse...

Ganhaste. Parabéns. ;p