Cresci a querer ser músico, não pelas garagens do monte abraão, mas pelas casas da zona, vá duas casas, uma pequena loja que queria ser uma escola de música e duas actuações num anfiteatro dos bombeiros de queluz. Pelas mesmas ruas surgiu a florcaveira, uma das primeiras editoras independentes portuguesas, nasceu e cresceu numa igreja baptista de um qualquer prédio da zona. Mais que a função evidente da editora, está a função do companheirismo entre músicos que, infelizmente, nunca encontrei na maioria dos poucos com quem me cruzei na altura, nem mesmo na escola de música, embora tenha sido lá que encontrei o meu primeiro companheiro musical. E é esse mesmo companheirismo que noto haver na maioria das editoras ou "grupos de bandas", que funcionam mesmo como uma família. Talvez seja essa mesma a razão pela qual está a haver um grande boom destes grupos, que tocam juntos nas bandas uns dos outros, arranjam concertos, fazem discos e claro, são uma melhor alternativa face às grandes editoras. E curiosamente também noto um outro boom, o de uma imprensa alternativa aos media tradicionais, especialmente na área da música, que acabam também por apoiar estes novos artistas. E ambos se espalham por portugal, tornando-o um país mais rico e mais próximo. Sem apoios chegou o faça-você-mesmo. Só pode ser um óptimo sinal.