é um fenómeno de óptica, uma ilusão, aprende-se no liceu, azul e amarelo dá verde, verde e violeta dá branco, branco e ansiedade dá palidez.José Saramago, em O Ano da Morte de Ricardo Reis
Nas muralhas da cidade
Há 17 horas
é um fenómeno de óptica, uma ilusão, aprende-se no liceu, azul e amarelo dá verde, verde e violeta dá branco, branco e ansiedade dá palidez.José Saramago, em O Ano da Morte de Ricardo Reis
digamos que estou como o insone que achou o lugar certo da almofada e vai poder, enfim, adormecer, Se veio para dormir, a terra é boa para isso, Entenda a comparação ao contrário, ou então, que se aceito sono é para poder sonhar, Sonhar é ausência, é estar do lado de lá, Mas a vida tem dois lados, Pessoa, pelo menos dois, ao outro só pelo sonho conseguimos chegar, Dizer isso a um morto, que lhe pode responder com o saber feito da experiência, que o outro lado da vida é só a morte, Não sei o que é a morte, mas não creio que seja esse o outro lado da vida de que se fala, a morte, penso eu, limita-se a ser, a morte é, não existe, é, Ser e existir então, não são idênticos, Não, Meu caro Reis, ser e existir só não são idênticos porque temos duas palavras ao nosso dispor, Pelo contrário, é porque não são idênticos que temos as dias palavras e as usamos.
José Saramago, em O Ano da Morte de Ricardo Reis
Questiono-me, se a violência é intrinsecamente humana e até que ponto é uma das nossas características mais paradoxais: primária e sofisticada. Interessa-me explorar a violência mais subterrânea e hardcore, aquilo que considero fetichização da bondade, que nos foi transmitida da educamesticação. Miguel e Gabriel são dois irmãos gémeos, pseudo-filósofos, burgueses, adeptps de junk food e fãs da estrela porno Sasha Grey.
Cláudia Lucas Chéu, sobre a sua peça violência fetiche do homem bom
Não tem mais que fazer neste sítio, o que fez nada é, dentro do jazigo está uma velha tresloucada que não pode ser deixada à solta, está também, por ela guardado, o corpo apodrecido de um fazedor de versos que deixou a sua parte de loucura no mundo, é essa a grande diferença entre os poetas e os doidos, o destino da loucura que os tomou.
José Saramago, em O Ano da Morte de Ricardo Reis
de olhos na falésia espera pelo vento, ele dá-te a direcção
Foge Foge Bandido, em Ninguém é quem queria ser
Começo a conhecer-me. Não existo.Sou o intervalo entre o que quero ser e o que os outros me fizeram,ou metade desse intervalo, porque também há vida ...Sou isso, enfim ...Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.É um universo barato.Álvaro de Campos, em Começo a conhecer-me. Não existo.
sobre o meu desassossego eu vou mantendo o tom
linda martini, em ratos