quarta-feira, 31 de julho de 2013

miniatura normativa, parte três

é um fenómeno de óptica, uma ilusão, aprende-se no liceu, azul e amarelo dá verde, verde e violeta dá branco, branco e ansiedade dá palidez.

José Saramago, em O Ano da Morte de Ricardo Reis

terça-feira, 30 de julho de 2013

Ai Weiwei, never sorry, de Alison Klayman


Não conhecia a maioria dos detalhes da história de Ai Weiwei, até pensei que o motivo pelo qual fora preso estava mais relacionado com liberdade de expressão da arte na sociedade chinesa. Este é um documentário para quem gosta de arte e de conhecer mais dos artistas, para quem gosta de activismo e para quem está à procura inspiração.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

thom yorke, por craig mcdean





As fotografias foram para a Interview Magazine, para a qual foi entrevistado pelo actor Daniel Craig.

domingo, 28 de julho de 2013

Memória eidética, número quarenta e sete


Varvara Stepanova, Moscovo, 1924, por Alexadr Rodchenko

sábado, 27 de julho de 2013

onde antes estava a maçã agora está a bomba

Tirei esta foto há uns dias em alcântara, que me lembrou logo da pintura the son of man, de René Magritte, muito por não perceber se o que substitui a cara do homem é uma bomba ou uma maçã. Pensei mais um pouco sobre o assunto e a maçã remeteu-me ao Newton e à criatividade e aos grandes pensamentos e ideias. Será a maçã do quadro a mesma que caiu da árvore? E o que esconde aquela maçã? Porque quer o homem esconder com ela? E porquê a maçã, um elemento natural e puro, e não uma simples máscara? Serão as ideias agora bombas? 


quinta-feira, 25 de julho de 2013

sobre sonhar, morrer, ser e existir

digamos que estou como o insone que achou o lugar certo da almofada e vai poder, enfim, adormecer, Se veio para dormir, a terra é boa para isso, Entenda a comparação ao contrário, ou então, que se aceito sono é para poder sonhar, Sonhar é ausência, é estar do lado de lá, Mas a vida tem dois lados, Pessoa, pelo menos dois, ao outro só pelo sonho conseguimos chegar, Dizer isso a um morto, que lhe pode responder com o saber feito da experiência, que o outro lado da vida é só a morte, Não sei o que é a morte, mas não creio que seja esse o outro lado da vida de que se fala, a morte, penso eu, limita-se a ser, a morte é, não existe, é, Ser e existir então, não são idênticos, Não, Meu caro Reis, ser e existir só não são idênticos porque temos duas palavras ao nosso dispor, Pelo contrário, é porque não são idênticos que temos as dias palavras e as usamos.


José Saramago, em O Ano da Morte de Ricardo Reis

terça-feira, 23 de julho de 2013

evil friends, de portugal. the man

É um bom disco, estava reticente, mas é de facto um bom disco.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

violência, fetiche do homem bom


Somos mais violentos do que os animais, simplesmente porque falamos, só o simples facto de mencionarmos algo, equivale à sua mortificação.

Questiono-me, se a violência é intrinsecamente humana e até que ponto é uma das nossas características mais paradoxais: primária e sofisticada. Interessa-me explorar a violência mais subterrânea e hardcore, aquilo que considero fetichização da bondade, que nos foi transmitida da educamesticação. Miguel e Gabriel são dois irmãos gémeos, pseudo-filósofos, burgueses, adeptps de junk food e fãs da estrela porno Sasha Grey.


Cláudia Lucas Chéu, sobre a sua peça violência fetiche do homem bom




domingo, 21 de julho de 2013

Memória eidética, número quarenta e seis



Woody Allen durante a gravação do Sleeper, 1973

sábado, 20 de julho de 2013

dois projectos fotográficos macabramente bonitos

Encontrar pessoas desconhecidas e estranhamente parecidas, os douplegangers, e fotografar retratos de família com pessoas que nunca antes se tinham encontrado. Dois projectos macabramente bonitos de dois fotógrafos cujos obturadores possivelmente também nunca de cruzaram. I'm not a look alike!, de François Brunelle, e contructed family portraits, de Jamie Diamond.




sexta-feira, 19 de julho de 2013

sobre o boom das editoras e dos media da internet

Cresci a querer ser músico, não pelas garagens do monte abraão, mas pelas casas da zona, vá duas casas, uma pequena loja que queria ser uma escola de música e duas actuações num anfiteatro dos bombeiros de queluz. Pelas mesmas ruas surgiu a florcaveira, uma das primeiras editoras independentes portuguesas, nasceu e cresceu numa igreja baptista de um qualquer prédio da zona. Mais que a função evidente da editora, está a função do companheirismo entre músicos que, infelizmente, nunca encontrei na maioria dos poucos com quem me cruzei na altura, nem mesmo na escola de música, embora tenha sido lá que encontrei o meu primeiro companheiro musical. E é esse mesmo companheirismo que noto haver na maioria das editoras ou "grupos de bandas", que funcionam mesmo como uma família. Talvez seja essa mesma a razão pela qual está a haver um grande boom destes grupos, que tocam juntos nas bandas uns dos outros, arranjam concertos, fazem discos e claro, são uma melhor alternativa face às grandes editoras. E curiosamente também noto um outro boom, o de uma imprensa alternativa aos media tradicionais, especialmente na área da música, que acabam também por apoiar estes novos artistas. E ambos se espalham por portugal, tornando-o um país mais rico e mais próximo. Sem apoios chegou o faça-você-mesmo. Só pode ser um óptimo sinal.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

as ferramentas de jardinagem dos la la la ressonance



mais um bom nome para a música instrumental portuguesa, desta vez com uma certa pitada de jazz, vinda do disco Outdoor.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

o que importa é o destino da loucura que nos toma

Não tem mais que fazer neste sítio, o que fez nada é, dentro do jazigo está uma velha tresloucada que não pode ser deixada à solta, está também, por ela guardado, o corpo apodrecido de um fazedor de versos que deixou a sua parte de loucura no mundo, é essa a grande diferença entre os poetas e os doidos, o destino da loucura que os tomou.

José Saramago, em O Ano da Morte de Ricardo Reis

domingo, 14 de julho de 2013

Memória eidética, número quarenta e cinco


The Dwarf, New Jersey, 1958, por Bruce Davidson

sexta-feira, 12 de julho de 2013

os retratos na era das novas tecnologias são assim



Cá ainda não é uma maioria, talvez para lá caminhe. Mais podem ser vistas aqui.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

sobre indelicadezas

Mas quem é que queria fazer parte do governo numa altura destas? Eu não, muito menos obrigado. Mas não aceitar uma proposta daquelas, especialmente vinda de um senhor que finalmente coube na posição que ocupa (leia-se ganhou cojones), é cousa indelicada, como ser mal educado para um tio que vemos uma vez a cada três anos e nos faz ficar mal vistos no seio familiar, mas pior, que o seio familiar neste caso são os portugueses e há eleições em 2014.

terça-feira, 9 de julho de 2013

miniatura normativa, parte dois

de olhos na falésia espera pelo vento, ele dá-te a direcção

Foge Foge Bandido, em Ninguém é quem queria ser

domingo, 7 de julho de 2013

Memória eidética, número quarenta e quatro


Truman Capote, Nova York, 1948, por Irving Penn

quinta-feira, 4 de julho de 2013

diz que vai mas volta

Será que a birra do Portas servia apenas para subir umas escadas? E estará a ambição pela pasta da economia relacionada as palavras do Gomes Ferreira neste vídeo? Apenas especulando e somando, mas nós é que devíamos apresentar a carta de demissão a esta novela mexicana toda.


 imagem do grande esgar acelerado

quarta-feira, 3 de julho de 2013

um poema que me deixe sossegado

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que quero ser e o que os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

Álvaro de Campos, em Começo a conhecer-me. Não existo.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

miniatura normativa

sobre o meu desassossego eu vou mantendo o tom

linda martini, em ratos