quarta-feira, 3 de julho de 2013

um poema que me deixe sossegado

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que quero ser e o que os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

Álvaro de Campos, em Começo a conhecer-me. Não existo.

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