Cresci a querer ser músico, não pelas garagens do monte abraão, mas pelas casas da zona, vá duas casas, uma pequena loja que queria ser uma escola de música e duas actuações num anfiteatro dos bombeiros de queluz. Pelas mesmas ruas surgiu a florcaveira, uma das primeiras editoras independentes portuguesas, nasceu e cresceu numa igreja baptista de um qualquer prédio da zona. Mais que a função evidente da editora, está a função do companheirismo entre músicos que, infelizmente, nunca encontrei na maioria dos poucos com quem me cruzei na altura, nem mesmo na escola de música, embora tenha sido lá que encontrei o meu primeiro companheiro musical. E é esse mesmo companheirismo que noto haver na maioria das editoras ou "grupos de bandas", que funcionam mesmo como uma família. Talvez seja essa mesma a razão pela qual está a haver um grande boom destes grupos, que tocam juntos nas bandas uns dos outros, arranjam concertos, fazem discos e claro, são uma melhor alternativa face às grandes editoras. E curiosamente também noto um outro boom, o de uma imprensa alternativa aos media tradicionais, especialmente na área da música, que acabam também por apoiar estes novos artistas. E ambos se espalham por portugal, tornando-o um país mais rico e mais próximo. Sem apoios chegou o faça-você-mesmo. Só pode ser um óptimo sinal.
Do que estás à espera, Putin?
Há 17 horas
5 comentários:
É pena é que a cena D.I.Y. em Portugal tenha apenas ganho "fama", devido ao movimento hipster.
Pelo menos é o meu parecer de ver a coisa :P
ahaha, por acaso estes eram mais do punk quando começaram, e aquelas bandas dos estúdios blacksheep eram mais do hardcore. mas talvez neste momento seja, não sei, não ligo muito a isso, embora goste de encontrar coisas novas e pouco conhecidas :P
mas no sentido em que levei o post, acho que é óptimo porque há mais projectos concretizados, o que não tem necessariamente a ver com qualidade, que já por si é relativa, seja hipster ou não, né?
A cena DIY vem mesmo daí, do Punk e do Hardcore.
Em Portugal, sempre se fez DIY, especialmente na altura em que não havia internet nem tanto canal de informação como há hoje, e o pessoal tinha que andar a rodar k7's entre si, e a fazer fanzines ranhosas nas folhas roubadas da reprografia da escola do secundário.
A cena Punk e Hardcore morreu um bocadinho, até porque o ideal contestatário que se viveu em Portugal nos anos 80 e inícios dos 90, foi desvanecendo com a entrada do Capitalismo em Portugal. O pessoal foi-se fechando no meio, ficando por sítios como Setúbal ou LX, ou mesmo na Moita (a cena musical na Moita sempre bombou bem).
Até já ouvi acusações entre bandas e produtoras DIY que uma ou outra são tipo a maçonaria dos concertos do Punk ou do Hardcore. Cenas de risos mesmo :D
Actualmente, como falaste e bem, tens esses núcleos com as suas próprias editoras (esqueceste-te de um caso talvez maior que esse, que é o da Lovers & Lollypops) que têm sempre as bandas a ajudarem-se entre si e a fazer mixtapes, e jam's e outras cenas, que não fosse a sua iniciativa, talvez a música em Portugal já há muito que tinha morrido.
Qual é o teu instrumento? Eu tenho um violoncelo e o do it yourself é tramado! (Fora a vergonha do barulhão que aquilo faz, tocado por quem ainda não domina.)
Diogo, referi aquela que conhecia melhor e que sabia que tinha sido das primeiras e que está na cidade onde cresci, mas há bastantes. Por acaso a Lovers and Lollypops tem coisas bem fixes! Pois é, sobreviviam talvez aqueles que já tinham entrado nas major labels, tipo linda martini, ou edições de autor, mas não havia tanta quantidade nem diversidade.
humming, tocar melhor, toco a guitarra, mas tenho outros instrumentos que vou aprendendo ou melhorando a técnica, até teria mais se tivesse mais dinheiro para gastar :p por acaso começar tocar com arco não deve ser coisa fácil, nunca experimentei.
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